Encontre o que precisa buscando por aqui. Por exemplo: digite o título do filme que quer pesquisar

segunda-feira, 18 de março de 2013

Hoje às 19:00, no MIS-SP, debate após a exibição de "Tudo pelo Poder" - entrada franca


TUDO PELO PODER
The Ides of March (EUA, 2011, 102 min. 12 anos) - dia 19/03/2013
Direção de George Clooney, com Ryan Gosling, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood, Phillip Seymour Hoffman, Paul Giamatti e George Clooney.

Melhor roteiro pelo Instituto Australiano do Filme;
Melhor filme pela National Film Board (USA);
Prêmio Brian do Festival de Veneza para o melhor filme em favor
da democracia e direitos humanos.


DEBATEDORES
Edison Nunes - professor de Ciência Politica da PUC-SP
Renato Janine Ribeiro - Professor de Ética e Filosofia Política da USP
Mediação: Luciano Ramos e José Álvaro Moisés
Curadoria: Luciano Ramos


Uma campanha eleitoral vista pelo lado de dentro é o que este drama nos oferece, com todos os percalços que ela pode sofrer numa sociedade democrática, mas complexa como os Estados Unidos. O roteiro assume a aparência de uma “fábula moral”, em que um assessor de um candidato à presidência precisa decidir se sucumbe à próprias ambições profissionais ou se preserva a integridade de sua alma. Em lugar de Mefistófeles que produzia as tentações de Fausto, temos aqui Maquiavel sob a forma de vários personagens. 
O filme é um admirável trabalho autoral de George Clooney, produzido em parceria com Leonardo di Caprio. Além disso, Clooney também escreve o roteiro, dirige e interpreta um dos papéis principais neste drama que tem como tema o maquiavelismo e a desonestidade envolvidos numa campanha presidencial. Ele faz o papel de um candidato democrata, cujo discurso assumidamente populista é cativante demais para ser verdadeiro. Se o nazista Joseph Goebbels afirmava que “uma mentira mil vezes repetida torna-se verdade”, o filme prova que, ao contrário, quando exaustivamente repetida, a mentira torna-se evidente.


O protagonista da história, porém, não é o candidato, mas um de seus mais jovens e idealistas assessores, interpretado por Ryan Gosling (“Drive”, 2011). Durante a maior parte do filme, ele se coloca em conflito com o veterano e pragmático coordenador da campanha vivido pelo craque Phillip Seymour Hoffman (“O mestre”, 2012) e também com personagem de Paul Giamatti (“O ilusionista”, 2006) o calejado assessor de outro político que disputa a indicação pelo partido para concorrer à presidência.

Pode parecer uma reedição do clássico “A Grande Ilusão” de 1949 e refilmado em 2006 com Sean Penn, que aborda um assunto semelhante, mas este “Tudo pelo Poder” discute questões bem mais contemporâneas. Por exemplo, as alianças espúrias e as concessões aos adversários de ideologia, firmadas com o objetivo de chegar ao poder, como o título brasileiro já explicita. No entanto o título original “Os idos de março” sugere com mais precisão o cerne da trama.
Essa expressão tem origem na Roma antiga e significa o dia 15 de março, no qual o demagogo e usurpador Julio Cesar foi assassinado pelos senadores, pondo fim a uma ditadura corrupta e de base populista na república romana. Em suma, o filme propõe uma identificação entre o personagem de Clooney e o astuto manipulador político que foi Julio Cesar. Na verdade, a premissa do roteiro é que os corruptos acabam caindo, mais cedo ou mais tarde, de um modo ou de outro.


Nenhum comentário: