Encontre o que precisa buscando por aqui. Por exemplo: digite o título do filme que quer pesquisar

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Uma excelente safra de novos curtas-metragens surpreende e brilha no Cine PE


O Programa Cinema Falado está aqui em RE acompanhando o 17º Cine PE, o maior festival de cinema do país, colocando em competição a mais recente e inédita safra de filmes brasileiros. Nesta fornada de novidades, além dos filmes de longa metragem o festival possibilita também a avaliação dos curtas produzidos atualmente. É importante observar com atenção esse formato que permite a prática de todos os gêneros já existentes e a criação de outros até então insuspeitados. Esse e o caso deste que até agora foi o mais aplaudido do evento: “Iris” (foto acima) do iniciante paulista Kiko Mollica, apoiado pelo roteiro do criativo, experiente e sempre bem humorado Jose Roberto Torero. Trata-se de um filme que começa como uma peça de mistério quase abstrata, se transforma em comédia familiar e em seguida se transfigura em história de horror. A novidade, porém, é que toda essa variedade desenvolvida em apenas 14 minutos é inteiramente narrada em câmara subjetiva do protagonista. Para complicar, esse personagem é praticamente cego e o que vemos na tela é uma imagem escura e desfocada. Mas o público entende tudo e morre de rir. 
Outro destaque são os filmes paulistas de animação, cada vez mais sofisticados em termos de forma e conteúdo: “Cadê meu Rango?” (foto acima), do iniciante George Damiani, e o já conhecido e aplaudido “Linear” de Amir Admoni. Notável também, especialmente pela surpreendente encenação e pelo apuro técnico é o mineiro “Os Contratadores”, de Evandro Rogers, seguindo uma linhagem de criatividade e excelência formal que em Minas tem se manifestado. Uma encenação inventiva e angustiante que remete para uma espécie de inferno metafísico. (foto abaixo)
Há também o intrigante "Aluga-se" da paulista Marcela Lordy -- um filme que era para ser um documentário e que se transformou em ficção, sobre o tema da especulação imobiliária. Também de São Paulo, o simpático "O fim do filme" (foto abaixo) de Andre Dib é uma brincadeira romântica construída a partir de um contato de locadora que conta o fim do filme para os clientes. Do Rio de Janeiro, chama atenção o documentário poético "Confete", de Jo Serfaty e Mariana Kaufman que, pela linha do confete, documenta o alegre carnaval de rua do bairro de Santa Tereza. 
Além deste, o carioca Eduardo Souza Lima mostrou "Três no Tri", encantadora reportagem sobre um fotografo veterano, autor de uma foto famosa batida durante campeonato de 1970 no México. E finalmente "Sagatio, Histórias de Cinema" (foto abaixo), do pernambucano Amaro Filho, uma instrutiva biografia de um iluminador que trabalhou na Vera Cruz e veio para o cinema do nordeste. Difícil escolher qual o melhor destes filme curtos que refletem a diversidade de talentos e pontos de vista do novo cinema brasileiro. 

Nenhum comentário: