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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O belga "Alabama Monroe" é o meu primeiro favorito ao Oscar de filme estrangeiro

É difícil acreditar que uma obra tão cinematográfica quanto “Alabama Monroe” tenha origem numa peça teatral, aliás, escrita por Johan Heldenbergh, o protagonista deste filme belga. É provável que a maior parte do mérito dessa proeza se deva ao talento do diretor e roteirista Felix Van Groeningen, que já arrebatou 10 prêmios internacionais com esta pequena jóia de cinema – inclusive o Festival de Berlim, onde recebeu o prêmio do público e o Festival de Tribecca, com os prêmios de melhor atriz para Veerle Baetens e de melhor roteiro – e ainda concorre ao Oscar de filme estrangeiro. Recentemente, quando se fala de cinema belga, logo se pensa no estilo racional, quase espartano dos irmãos Dardenne (“O Garoto da Bicicleta” – 2011). 
O trabalho de Van Groeningen, porém, transpira emoção por todos os fotogramas. A desgraça que destrói a felicidade de um casal apaixonado acontece logo na primeira cena. Por isso, mesmo repleto de música, não se encaixa no rótulo de melodrama e nem em qualquer outro. A narrativa, aliás, avança e recua ao longo do tempo sem qualquer cerimônia, desarmando o ainda ativo preconceito contra o flashback e obedecendo a uma montagem ditada pelo fluxo de sentimentos que avançam pelo roteiro, mais ou menos como consegue fazer um músico experiente ao mudar de tom no meio de uma canção. 
A propósito, os personagens centrais tocam numa banda de bluegrass, que é uma das modalidades da música country norte-americana, ou seja, uma variante sofisticada e surpreendentemente complexa. O título se refere a Bill Monroe (1911 -1996) o compositor mais conhecido dessa vertente. A história parecerá muito pequena e simples, se tomada isoladamente, mas resulta num inquietante poema sobre o amor e a morte, alegre e dolorido em igual medida. Num registro pessimista, a cantora interpretada por Veerle Baetens julga que “a vida se ressente de quem se apega demais a ela”, porém, de forma sutil, as últimas cenas podem ter uma leitura, digamos espiritualista, insuficiente porém, para consolar quem se apaixonou pelos personagens.
ALABAMA MONROE 
The Broken Circle Breakdown
estreia 17 01 2014
gênero drama/ música

Bélgica, 2012, 111 min, 14 anos
Distribuição Imovision
Direção Felix Van Groeningen 
Com Veerle Baetens, Johan Heldenbergh, Nell Cattrysse
COTAÇÃO

 * * * * 
Ó T I M O

Um comentário:

Enaldo Soares disse...

Típico filme irritante. Escolha péssima de gênero musical, puxa-saquismo com público, imprensa e indústria cinematográfica estadunidense, e colocar uma criança com câncer logo de cara para ganhar a simpatia do público para com o casal que "vive a vida".