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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

"Animais Noturnos", segundo longa de Tom Ford, mostra o notório talento de seu diretor


Jake Gyllenhaal é um dos destaques do filme

Sete anos atrás o estilista de moda Tom Ford decidiu virar a sua própria mesa profissional e experimentar a direção de cinema. Assim como acontecera com algumas raras celebridades – como, por exemplo, o milionário pintor Julian Schnabel que, em 2007, se lançou na complicada tarefa de dirigir “O Escafandro e a Borboleta”. Em 2002 Schnabel já tinha se exercitado num docudrama com Javier Barden. Por sua vez, Tom Ford era totalmente calouro quando assumiu a direção de “O Direito de Amar” – título que deu o Oscar de melhor ator para Colin Firth.  


Mas nenhum estúdio cinematográfico em sã consciência se negaria a abrir as portas a um designer de moda que, em 1994, passou a comandar a Gucci à beira da falência. E dez anos mais tarde, aquela companhia passara a lucrar cerca de 4 bilhões por ano. É claro que alguns críticos e cinéfilos bradaram “como é que pode” e torceram o nariz. Mas ao assistirem o filme, que é de primeiríssima qualidade, dobraram a língua. Agora, sete anos depois, com a mesma segurança e determinação, ele nos traz o seu segundo trabalho como autor: o excelente e insólito “Animais Noturnos”.

Bem mais complexo que o primeiro, este filme apresenta três narrativas se entrelaçando de modo surpreendente. Na primeira, temos a personagem de Amy Adams. Trata-se de Susan, a proprietária de uma galeria de arte, que se acha infeliz com o marido, porque este a engana de modo quase ostensivo. Ela se recorda de Edward – o seu primeiro amor, interpretado por Jake Gyllenhaal. Nesta segunda narrativa, vemos o desenho dessa pessoa: Edward é um aspirante a escritor, carinhoso e bom caráter, mas desprovido de qualquer agressividade profissional. Ela o abandonara há 20 anos e eles nunca se falaram desde então. 


Amy Adams vive "Susan" no novo longa de Tom Ford

Agora ela recebe os originais do livro que ele acabara de concluir e que é dedicado a ela, com o título de “Animais noturnos” – que é como ela a chamava. Quando ela inicia a leitura, passamos a enxergar o que está no texto e aí vemos que o protagonista do romance é Tony – cujo papel é feito pelo mesmo Jake Gyllenhaal. Ou seja, ela imagina o personagem central do livro com a mesma aparência do ex-marido. E isso é essencial para a compreensão do roteiro: ou seja, é uma história dentro de outra história. A contundente resposta de um personagem a outro personagem, ainda que tenha demorado duas décadas para ser enviada. 

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